Cisne Negro
Sinopse: Suspense psicológico ambientado no mundo do balé da cidade de Nova York, Cisne Negro é estrelado por Natalie Portman como Nina, uma bailarina de destaque que se encontra presa numa rede de intrigas e competição com a nova rival da companhia (Mila Kunis). Um lançamento da Fox Searchlight Pictures, do visionário diretor Darren Aronofsky (O Lutador), Cisne Negro nos conduz numa jornada emocionante, e às vezes assustadora, pela psique de uma jovem bailarina cujo papel como Rainha dos Cisnes se revela assustadoramente perfeito.
Crítica: Natalie Portman ganhou todos os prêmios de melhor atriz até aqui na temporada e provavelmente leva o Oscar em 27 de fevereiro. Mais do que merecido. A atuação da moça é o filme Cisne Negro. Não que o roteiro, a direção, a fotografia e todo resto que o cerca seja ruim. Tudo é bem realizado, mas nada seria tão marcante se não fosse a forma como Portman se entrega de corpo e alma à Nina. A angústia, o drama, o sofrimento, a loucura da personagem obcecada pela perfeição se tornam nosso desespero. E o grande mérito de Darren Aronofsky e dos roteiristas Mark Heyman, Andrés Heinz e John Mclaughlin é de nos deixar com o ponto de vista da protagonista. Nós acompanhamos junto com ela aquilo e só sabemos do que ela sabe, por isso é perfeito. Porque ela é perfeita. Se assim não fosse, seria apenas mais um filme de sacrifício.
Nina é uma bailarina da companhia de balé de Nova York que está se preparando para encenar “O lago dos cisnes”. A primeira estrela está sendo dispensada pelo avançar da idade e o diretor Thomas Leroy precisa encontrar sua nova Rainha Cisne. A questão é que ele precisa de uma bailarina que consiga a pureza e graça do Cisne Branco ao mesmo tempo que tenha a sensualidade e perfídia do Cisne Negro. A melhor bailarina parece ser Nina, mas ela não tem o tempero necessário para despertar seu lado negro. O suspense psicológico se baseia nessa luta da personagem e de suas possíveis rivais, incluindo a ex-estrela Beth Macintyre e a novata Lily.
Falar das atuações é quase covardia. Todo o elenco está muito bem. Desde Winona Ryder, a bailarina “velha” que precisa ser substituída, passando por Vincent Cassel, Mila Kunis, Barbara Hershey e claro, Natalie Portman. Todo filme tenso, com questões psicológicas muito fortes, acaba exigindo dos seus atores ao ponto de resultar catarses incríveis. É isso que é Cisne Negro uma catarse coletiva de loucura e dor. Talvez a que menos sofra seja Mila Kunis como a sedutora Lily, ainda assim algumas cenas exigiram bastante da moça. Principalmente ao contracenar com Natalie Portman, sua amiga na vida real, e, inclusive, quem indicou Kunis para o papel.
O mais interessante no filme é que você nunca sabe o que é real ou puro delírio de Nina. Este é o ponto que torna Cisne Negro um emaranhado de emoções fortes. Estamos com a protagonista em seu desespero, em sua busca por perfeição, em sua luta para se libertar dessa redoma infantil em que foi colocada. Talvez, se víssemos de fora teríamos apenas pena de Nina. Mas, ao olharmos com seus olhos, nos tornamos parte dela e de todo aquele sofrimento. Agora eu sei porque nunca gostei de balé, fui apenas obrigada a frequentar as aulas por dois anos.
Apesar do teatro, da companhia, da música sempre forte e envolvente de Tchaikovsky, esse não é um filme sobre dança. É sobre o sacrifício e disputa interna de um corpo de balé. E, principalmente, sobre a obsessão de uma pessoa pela perfeição e o quão ruim isso pode ser. Não acabem com os sonhos dourados de meninas que sonham em ser bailarinas. Esse não é um filme para elas. É daqueles que você sai com dor de cabeça do cinema. Não tem como não se envolver.
Cisne Negro (Black Swan: EUA – 2010)
Com: Natalie Portman, Mila Kunis, Winona Ryder, Vincent Cassel.
Direção: Darren Aronofsky.
Duração: 103 min.
Gênero: Suspense.
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