Porque conhecer a capital chilena
O que faz uma cidade com milhões de habitantes, trânsito intenso e ar poluído ser um local atrativo aos turistas? No caso de Santiago a resposta é muito pessoal. A verdade é que a capital chilena é daqueles lugares dos quais não temos vontade de ir embora nunca, por razões nem sempre fáceis de explicar.
Uma delas é o povo. Apesar do ritmo acelerado da metrópole, os chilenos são absolutamente simpáticos e adoram conversar. A fala corrida, cheia de expressões, por vezes torna difícil a compreensão, mas, na dúvida, sorria, e eles vão sorrir também.
Motivo igualmente forte para amar a cidade é a culinária. Nas ruas o sucesso é o italiano, cachorro-quente com molho de tomate e abacate (palta), presença obrigatória em cada esquina ao lado das barraquinhas de mote con huesillos, bebida doce à base de pêssego e cereais.
Nos restaurantes a pedida é o tradicional pastel de choclo, uma torta de milho com carne e vegetais, sem esquecer do salmão e mariscos frescos, abundantes em toda a costa. Destaque especial para a paella marina ou, como prefiro descrever, “o oceano Pacífico servido quentinho em uma tigela só pra você” – delícia!
Um bom lugar para se entregar a esta festa gastronômica é a Vega Chica, opção mais barata e popular do que o Mercado Central e, o melhor de tudo é bem pertinho! Basta cruzar a ponte do rio Maipo, escolher uma mesa em qualquer restaurante e aproveitar.
Aperitivos chilenos
Seria injusto falar de sabores sem mencionar os excelentes vinhos chilenos. Ir ao país e não desfrutar a produção nacional é praticamente um pecado e, se eu fosse você, me esforçaria para não pecar em Santiago. Explica-se: na Catedral da cidade, os confessionários deixam os fiéis expostos aos outros visitantes sob uma luz vermelha. Portanto, se pecar seja discreto e deixe para conversar com o padre aqui no Brasil.
Quem quiser ir mais além na experiência enológica tem a opção de visitar a vinícola Concha Y Toro, uma das maiores do Chile, localizada bem pertinho da capital. A casa do famoso Casillero del Diablo é cercada de lendas e tradição, passeio imperdível!
Mas o vinho não é o único motivo de orgulho nas bodegas locais. O pisco (aguardente à base de uva) é tão popular que gera disputas com o Peru sobre a real origem do destilado. Seja na versão souer ou cola, aprecie com muita moderação. Os drinks de sabor adocicado enganam quem não conhece a força da bebida.
Parada indispensável nos roteiros turísticos mais descolados é o barzinho La Piojera, fundado há quase 100 anos. O local só funciona durante o dia, servindo os “terremotos” mais famosos da cidade, drinks conhecidos por causar “tremblores” na cabeça daqueles que se aventuram em doses exageradas.
A programação boêmia segue no bairro da Bella Vista, com barzinhos movimentados de segunda a segunda. Não foi a toa que o poeta Pablo Neruda escolheu esta vizinhança para construir La Chascona, sua casa na capital chilena, atualmente um dos museus mais visitados de Santiago.
A área também é porta de entrada para o Parque Metropolitano, uma das maiores áreas de floresta urbana do mundo, que abriga um jardim zoológico e o Cerro San Cristobal, o morro de 300 metros é um dos mais bonitos mirantes de Santiago.
No centro histórico as principais atrações são facilmente percorridas em um dia de caminhada: a Plaza de Armas, a Catedral, o Palácio de la Moneda – sede do governo onde acontece a tradicional troca de guardas pela manhã – e uma infinidade de prédios antigos, imponentes testemunhas da trajetória política, econômica e social da maior cidade do país.
Por fim, falta destacar aquilo que mais me chamou a atenção em Santiago: a quantidade de museus, teatros, cinemas de arte e centros culturais, diversão para todos os gostos e bolsos, qualquer dia da semana.
Além das lindas estátuas que enfeitam a cidade, muitas delas presentes de países europeus, as esculturas fazem da cidade um verdadeiro museu a céu aberto. Portanto, na hora de montar o seu roteiro, esqueça o turismo puro e simples, reserve um tempo para descobrir o que Santiago guarda para você!
Fonte: Bbel
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