Esperança
Podemos dizer que, em última análise, a esperança é o que nos anima e estimula constantemente, nos faz seguir em frente e acreditar na realização de metas desejadas, ela impulsiona nosso ser para andar e romper horizontes.
Podemos inicialmente pensar que a esperança é algo muito “filosófico” ou “espiritualista” para se estudar cientificamente, mas ela tem sido objeto de muitos estudos acadêmicos. Muitos pesquisadores estão reunindo evidências de que a esperança impulsiona o indivíduo ao bem-estar e ao sucesso, está na base da motivação para as atitudes pró-ativas e se relaciona com saúde e longevidade.
A esperança é encontrada nas crenças, pensamentos e comportamentos, ela não depende de rendimentos financeiros nem depende do QI.
O que estes recentes trabalhos também afirmam é que a esperança pode ser aprendida, é “contagiante” e pode ser compartilhada com os demais.
A Teoria da Esperança de Snyder
Para Snyder (1994) o conceito de esperança envolve a percepção de que podemos conquistar metas ou resultados desejados. Podemos dizer que a maior contribuição da Teoria da Esperança de Snyder é salientar o aspecto cognitivo, ou seja, o foco no processo de crenças e pensamentos envolvidos na esperança. O aspecto emocional é contemplado paralelamente, a esperança contribui naturalmente para o fluxo de emoções positivas, de bem estar e de felicidade.
Pensamentos de esperança refletem a crença de que podemos encontrar os caminhos para a realização de nossa metas, seja na superação de desafios ou na conquista de resultados desejados. Estas crenças e pensamentos aumentam a motivação para agir na direção do resultado desejado.
Snyder apresenta 3 componentes em sua Teoria da Esperança:
A – Metas. Parte-se do pressuposto de que as ações humanas são direcionadas a objetivos. Assim, os objetivos são os alvos expressos em pensamentos, e proporcionam o componente cognitivo que ancora a teoria (Snyder). Os objetivos podem ser de curto ou longo prazo, mas eles precisam ter um valor pessoal suficiente para ocupar o pensamento consciente. Da mesma forma, as metas devem ser alcançáveis e realistas, mas elas também contêm algum grau de incerteza.
B – Caminhos ou rotas. Para alcançar seus objetivos, a pessoa deve se capaz de gerar rotas ou caminhos para suas metas. Este processo, Snyder denomina “Pathway Think”, é a disposição cognitiva para conceber planos ou caminhos viáveis para realização de desejada meta. Estes pensamentos podem se expressar em mensagens internas semelhantes à: “Eu vou encontrar uma maneira de conseguir este feito.”; ou “Quais são as alternativas e possibilidades?” (Snyder, 1998).
C – Motivação. Snyder utiliza o termo “Agency”, ou seja, é quando a pessoa sente que é a capaz de atuar com eficácia e confiança. É o componente motivacional na teoria esperança. É a percepção pessoal de que temos capacidade para atuar nos caminhos ou percursos escolhidos e atingir os objetivos desejados. Está expresso nos pensamentos e crenças a respeito da própria capacidade de agir em uma direção, como por exemplo: “eu tenho capacidade para fazer isso” ; ou “eu consigo chegar até a conclusão” .
Referências:
Snyder, C. R. (1994). The psychology of hope. New York: The Free Press.
Snyder, C. R. (2000). The past and possible futures of hope. Journal of Social and Clinical Psychology, 19, 11–28.
Por: Fábio Munhoz.
Contato: fabiomunhoz@hotmail.com
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