Sinopse:
Competição sexual em pleno tablado corporativo, intriga, ciúmes, inveja, assédio, dupla jornada e a necessidade de conciliar vida pessoal e carreira – quem disse que as questões de gênero que gravitam em torno do machismo já foram aposentadas? Ao contrário – são como obstáculos que a mulher deve transpor dia após dia na sua corrida em direção ao sucesso profissional.
Comentário:
Pesquisando na internet sobre os desafios da mulher no mundo corporativo me deparei com a dica desse livro da Marleine Cohen. Era uma dica antiga no caderno Feminino do Estadão, mas como dica de livro não perde validade resolvi colocar aqui no portal para as nossas amigas leitoras.
Pesquisas, entrevistas, dicas e reflexões recheiam o livro Como Escalar Montanhas de Salto Alto?
Depois de escrever biografias sobre personalidades que já se foram, como Juscelino Kubitschek, Santos Dumont e o papa João Paulo II, a jornalista Marleine Cohen voltou-se para os desafios das mulheres no ambiente corporativo, tema bem atual. Buscou respostas para questões que afligem o público feminino economicamente ativo. Por exemplo: no mundo globalizado, como uma executiva deve se comportar quando vai fazer negócios com um cliente do Japão, país cujos códigos sociais são completamente diferentes? E como resolver o eterno dilema de conciliar os papéis de mãe, esposa e alta executiva sem enlouquecer?
Repleto de dados de pesquisas de mercado e entrevistas com especialistas, o livro “Como Escalar Montanhas de Salto Alto?” funciona como um manual de etiqueta para o ambiente corporativo. Mais que isso: leva a mulher a refletir sobre o sentido do trabalho em sua vida. “Estamos vivendo um momento histórico. A mulher tem a oportunidade de reformular o mundo corporativo, mostrando que pode ser uma líder com características femininas”, fala a autora.
Aos 58 anos, Marlene conhece bem o desafio de conciliar as vidas pessoal e profissional. Separada e mãe de dois filhos, ainda acumula os ofícios de escritora e jornalista – e alimenta uma vontade de escrever ficção.
Como surgiu o interesse pelo tema do comportamento feminino no ambiente corporativo?
Conhecia uma alta executiva que ia fazer uma viagem de negócios para a Índia e tinha dúvidas sobre como se comportar, por causa das diferenças. Seu medo era justificado, pois, se cometesse uma única gafe, poderia colocar tudo a perder entre as duas empresas. É curioso esse aspecto das diferenças culturais que envolvem o contato dos dois sexos. Se você tem um interlocutor japonês, pode colocar o negócio em risco se abraçá-lo na despedida. A globalização coloca em pauta essa questão: é preciso você se atualizar sempre sobre os costumes e cultura de cada país. Imagine se você tem um workshop com um colega indiano na Colômbia: como fica essa relação?
O livro é bastante otimista, sugerindo que é possível conciliar trabalho, vida pessoal e familiar. Mas, na prática, como fazer isso?
A mulher deve observar seus próprios limites, lembrando-se de si mesma. Ver se o que está vivendo é o que quer para si, e não apenas o que a sociedade disse que é bom. Ficar totalmente imersa no trabalho é tão ruim quanto passar o tempo todo dentro de casa. Nenhum dos dois modelos é adequado. O ideal é compor o próprio universo com tempo para estudar, para o lazer e para si mesma, além do trabalho. Cada uma consegue isso de forma diferente, não há receita pronta. Esse equilíbrio deveria ser a meta de nossas vidas. Mais importante do que a quantidade de horas de trabalho é a qualidade do relacionamento com a empresa. Nos Estados Unidos, algumas firmas negociam o regime de trabalho em casa para não perder talentos femininos. No Brasil, isso está apenas começando.
Quais são os principais desafios para as mulheres neste momento?
Os salários defasados, que são comprovadamente menores do que os dos homens. Isso acontece porque as empresas já esperam que a mulher “traia” o trabalho, porque costuma ser prioridade para ela ter uma família. Em algum momento, vai ficar com um filho que está com febre. Pensam que é uma mão de obra com a qual não podem contar.
Em que as mulheres ainda precisam melhorar no que diz respeito à atuação no ambiente corporativo? Quais são as piores gafes?
Comportar-se de forma masculinizada. Não há nada mais sedutor, convincente e louvável do que uma mulher que chefia, mas que não se comporta como um chefe típico. Alguém que age de forma conciliadora, sensível, melhorando o ambiente. A presença maciça da mulher no ambiente corporativo torna este momento histórico. É uma oportunidade para a reformulação, para mudar as relações de trabalho. Mas muitas mulheres se esquecem disso e adotam as mesmas características masculinas. É essencial ter consciência da importância do momento atual.
Passada a polaridade da época do feminismo, que tipo de atitude corporativa o momento atual pede?
O desafio é que, mesmo diante de situações estressantes, elas continuem dialogando com as pessoas e permaneçam numa atitude feminina, ao invés de adotarem o modelo masculino – batendo na mesa e agindo defensivamente. Manter-se cordial é a verdadeira revolução.
Serviço:
Título: Como Escalar Montanhas de Salto Alto? – Exercendo o Poder no Feminino
Autor(a): Marleine Cohen
Gênero: Administração/Adm. de RH
Ano da Edição: 2009
Edição: 1ª
Editora: Saraiva
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