Garota Fantástica
O filme Garota Fantástica parece inusitado, mas acho que toca em assuntos que tem tudo a ver com o feminino. Afinal, são mulheres de várias idades procurando seus talentos e destino. Além de ser dirigido por uma mulher que tem uma história de superação, Drew Barrymore, a eterna garotinha de ET que teve problemas com drogas, mas conseguiu se recuperar, tornar-se estrela de Hollywood e agora, estreia na direção. Espero que você leitora goste.
Sinopse: Ellen Page é Bliss Cavender, uma adolescente rebelde do Texas que adora indie rock. Sua mãe (Marcia Gay Harden), uma ex-miss, gostaria que ela participasse de concursos de beleza. Para escapar das ambições maternas, Bliss inscreve-se em um torneio de hóquei feminino, no qual conhece outros jovens como ela.
Crítica: Há filmes que são pura curtição. A estreia na direção de Drew Barrymore parece uma grande farra com as amigas. Tá certo que uma farra meio violenta, mas ainda assim uma farra. Não é para se levar muito a sério mulheres patinando em círculos e batendo umas nas outras. E o mais incrível é que, sim, o “roller derby” existe e é uma sensação nos Estados Unidos. Uma espécie de terapia da porrada. As esportistas normalmente pagam para competir e sustentar as ligas desse esporte estranho. Por essa óptica, não deixa de ser interessante um filme chamar a atenção para essa modalidade.
Mas, mais do que um filme sobre o “roller derby”, Garota Fantástica é um filme sobre o amadurecimento de uma adolescente. Bliss Cavender é o oposto do que sua mãe sonhou. Apesar de ser arrastada para concursos de beleza, ela adora indie rock e sonha com outros tipos de aventura. O contraste entre mãe e filha é muito bem apresentado, principalmente pela atuação das duas atrizes, Ellen Page e Marcia Gay Harden. Aliás, Page só demonstra a cada filme que tem uma segurança impressionante.
Um dia, Bliss conhece o “roller derby” e acredita ter encontrado seu futuro. Para participar da liga, ela treina com seu velho patins, mente a idade e finge para os pais que está indo apenas passear com os amigos. A menina se torna a sensação da liga e muita coisa muda não apenas para ela, mas para as demais integrantes do time. Destaque para o embate com a personagem de Juliette Lewis. A diretora Drew Barrymore também está no filme como a jogadora de contato. Ela é quem mais apanha, mas também quem mais bate.
O roteiro de Shauna Cross, que escreveu também o livro Derby Girl, não se aprofunda muito no drama por trás dessa roupagem enlouquecida que são as particularidades do “roller derby”, mas dá indícios valorosos do verdadeiro sentido do feminismo. Sem bandeiras. Mulheres que perderam suas oportunidades durante a vida, pelas obrigações cotidianas, filhos, marido, casa. Mulheres que buscam alguma forma de reconhecimento e que se agarram àquilo que consideram seu único talento. A força da união, da convivência em grupo e ao mesmo tempo das eternas disputas mesquinhas. E, por que não, o sonho de beleza e reconhecimento retratado na mãe de Bliss, ex-miss, que pode parecer fútil aos olhos alheios, mas tem seu valor.
A direção de Drew Barrymore é segura, criando um filme ágil e envolvente. As cenas são bem fotografadas, principalmente durante as partidas. Tudo muito rápido e eficiente. A gente consegue se empolgar com aquela correria. Sem querer descobrir a pólvora, apenas viver. Não precisa levar muito a sério, mas foi bom descobrir essas meninas.
Garota Fantástica (Whip it, EUA: 2009)
Com: Ellen Page, Marcia Gay Harden, Kristen Wiig, Drew Barrymore, Juliette Lewis, Jimmy Fallon, Daniel Stern, Zoe Bell.
Direção: Drew Barrymore.
Duração: 111 min.
Gênero: Comédia Dramática.
http://www.youtube.com/watch?v=L7L7nVl2O0g
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