Liderança Feminina no Trabalho

As organizações estão mais femininas. O avanço das mulheres promoveu uma revolução silenciosa que transformou completamente a forma de trabalhar. Até bem pouco tempo, competências tipicamente femininas como a sensibilidade, empatia, diálogo, versatilidade e intuição eram impensáveis no mundo dos negócios. Hoje, elas são desejadas.
Com a invasão numérica de mulheres nas empresas, que chegam a ser até maioria em algumas organizações e áreas, começou-se a perceber o quanto elas poderiam agregar para o negócio, num contraponto à rigidez e objetividade reinantes até então.
Indubitavelmente, as organizações têm muito a ganhar com a atuação feminina, pois há necessidade de pessoas que saibam gerir pessoas, ensinar, ouvir e obter resultados de uma maneira harmoniosa; habilidades tais, naturais nas mulheres, praticadas através da maternidade.
Mas não são todas as empresas que estão preparadas para isso, há muitas em que o feminino exacerbado é visto como sinal de fraqueza e insegurança. Sem falar no preconceito velado.
Alguns ainda acreditam que as características das mulheres podem ser vistas como desvantagens. Por exemplo, elas fazem muitas atividades ao mesmo tempo e, portanto, são dispersivas; preocupam-se demais com questões existenciais e, portanto, são sonhadoras, irrealistas; expressam sentimentos “íntimos” e, por isso, são fracas e vulneráveis; tentam sempre evitar conflitos e aí, perdem o brilho próprio; prestam muita atenção aos detalhes e perdem a visão macro, tornando-se lentas na tomada de decisão, entre outras coisas.
Em sua maioria, as organizações ainda são preconceituosas; nas posições de comando, as decisões tendem a ser tomadas pelos homens. Talvez seja resquício de um passado de submissão feminina.
Entretanto, as mulheres fazem parte de mais da metade do mercado de trabalho, constituem a maioria nas Universidades, têm as melhores notas e ainda assim, é baixa a proporção de mulheres em cargos de decisão nos diversos segmentos, já que ocupam apenas 1% a 2% dos cargos de direção e ganham pelo menos 30% menos que um colega masculino do mesmo nível (segundo dados não oficiais).
As corporações, no futuro, poderão ser dirigidas predominantemente por mulheres, desde que a preparação e a oportunidade estejam juntas, pois são dois ingredientes fundamentais para uma carreira de sucesso. Neste caso, é bom observar o que está ocorrendo no mercado de trabalho, nas salas de treinamentos, nas universidades, nas organizações, nos cargos e resultados de concursos públicos. Constata-se que todos estes ambientes têm um dado em comum: a forte e destacada atuação da mulher, participando ativamente, preparando-se e construindo elos significativos e oportunidades profissionais.
Hoje os mercados são mistos, por isso, as empresas também precisam prezar pela diversidade e pelo equilíbrio na sua força de trabalho. Nunca houve um percentual tão grande de mulheres no mercado de trabalho e isto trouxe uma grande mudança nas relações, nos ambientes familiar e profissional. A mulher saiu do papel de dona de casa para um posicionamento em que ela é avaliada pela sua competência e inteligência. Grandes mudanças, normalmente, provocam grandes reações. Para as mulheres que estão em pleno exercício de sua carreira profissional, o mais importante é definir o estilo de liderança que querem ter para que se sintam à vontade em posições de responsabilidade e poder, desenvolvendo-se com sucesso e com o menor desgaste possível.
Ao contrário dos movimentos anteriores das décadas de sessenta e setenta, com o chamado “movimento feminista”, e depois com a luta das mulheres por direitos iguais no trabalho e na vida social, esta “revolução” atual parece ser mais profunda e certamente, de maior alcance social.
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