Poder Feminino

By on 15/04/2014

Elas já são maioria no setor de serviços, agora ocupam posições de destaque nos mundos corporativo e político.

São numerosas as discussões sobre o papel da mulher em ambientes tradicionalmente masculinos, mas uma coisa não deixa dúvidas: elas são extremamente competitivas – e competentes. O momento em que vivemos será visivelmente marcado por lideranças femininas.

Aos poucos, as mulheres ocupam posições de destaque em empresas e até mesmo abrem seu próprio negócio, seja em busca de melhores condições financeiras ou de sua satisfação profissional. Com níveis cada vez mais altos de instrução, já são maioria entre os estudantes que cursam o ensino superior hoje – 57%, segundo estimativas do IBGE (Instituto Brasileiro de Estatística e Geografia). Estão cada vez mais presentes em cargos de alto escalão, lidando com a competição e provando que são capazes de exercer cargos de grande responsabilidade.

Estudos do Seade também chamam a atenção para o trabalho feminino e a inserção da mulher no mercado de trabalho. Hoje, elas têm maior participação em áreas financeiras, comerciais, jurídicas, de tecnologia, recursos humanos e de publicidade, em postos de trabalho historicamente ocupados pelos homens.

Até mesmo na política elas têm marcado presença: Michelle Bachelet, presidente do Chile; Angela Merkel, primeira-ministra alemã; Dilma Rousseff presidente do Brasil, e a candidata Marina Silva, com campanha longe de ser meramente ilustrativa; são pioneiras em suas posições e se tornam, progressivamente, modelos para outras que virão.

poder femininoCom modos de operação e ponderação bastante particulares, as mulheres mostram à sociedade uma nova maneira de gerir. O amadurecimento a cada ano resgata o olhar inovador. É sabido que o comportamento gerencial das mulheres é diferenciado e multifacetado, pela capacidade feminina de dar atenção a diversos assuntos simultaneamente e de serem, elas, formadoras natas de pessoas.

A tendência na gerência feminina ganha força até pela clareza dos ideais e pela qualidade das relações, e é aí que entra a grande questão relacionada à excelência na gestão de pessoas.

Hoje, essas características podem ser comprovadas por estudos. O professor do Departamento de Psicologia da universidade de Yale, o norte-americano David Caruso, defende a tese de que as mulheres têm uma inteligência emocional diferenciada e, por isso, se tornam mais eficientes nas lideranças.

No mundo corporativo, segundo o Instituto Brasileiro de Qualidade e Produtividade (IBQP), 40% dos micro e pequenos negócios do Brasil são gerenciados por mulheres hoje em dia. Em 2007, o Global Entrepreneurship Monitor (GEM) indicava que 53% dos novos empreendimentos no mundo – aqueles com menos de 42 meses de criação – tinham uma mulher à frente de sua administração.

De todos os 54 países estudados pelo GEM, o Brasil está entre os que, percentualmente, têm maior número de mulheres comandando seus negócios. Esse dado fortalece a tese de que, desde meados de 2007, a mulher empreendedora brasileira é socialmente aceita.

Outro dado importante indicado pela pesquisa é a motivação que tem levado essas empreendedoras a abrir um negócio. Até 2008, o incentivo para as mulheres se lançarem ao empreendedorismo era principalmente uma necessidade financeira. Em 2009, esse quadro mudou. Pela primeira vez, as brasileiras tomam a decisão de assumir a gestão empresarial porque têm a capacidade de detectar oportunidades no mercado de trabalho.

As mulheres vêm conquistando espaço de forma simétrica à evolução do olhar que a sociedade dedica a elas. O Sebrae, por exemplo, criou em 2004 o Prêmio Sebrae Mulher de Negócios, que incentiva o empreendedorismo feminino e mostra à comunidade exemplos de vida e superação de mulheres bem-sucedidas na condução de seus próprios negócios.

A própria Fundação Nacional da Qualidade é fórum para discussões nas quais as executivas têm debatido, por exemplo, a questão da ética empresarial. O tema, cada vez mais relevante para as organizações se tornarem transparentes, será motivo do 18.º Seminário Internacional em Busca da Excelência, marcado para junho, em São Paulo.

A gestão feita pela mulher é mais sensível para criar e manter uma cultura ética, talvez pelo fato de o gerenciamento feminino tender a ser permeável, multidisciplinar e mais flexível para lidar com questões intangíveis como essa.

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