Quando a relação chega ao fim
E só então você percebe que ela nunca existiu…
Nenhum relacionamento é igual ao outro. Por isso, peço a você leitor que considere este artigo como um conjunto de dados para sua reflexão. Este texto não tem qualquer pretensão de ser um mini manual de julgamento ou conjunto de verdades que devam ser assumidas “na marra”. Tomar frases desprovidas de contexto sem a devida consideração com sua vivência, perde o sentido… Isso, já tem a ver com os relacionamentos porque o descuido com suas palavras, ideias e crenças, assim como o descuido com as palavras, ideias e crenças do outro, pode gerar situações caóticas.
Mas afinal, o que é uma crença? É aquilo em que você acredita, de verdade, é uma ideia que faz sentido lógico somado a um sentido emocional, isto é, você sente que a ideia é verdadeira. Crenças norteiam nossas vidas, mesmo que nem tenhamos consciência delas. No entanto, quem não sabe de suas próprias crenças corre mais riscos e tende a produzir menos porque não sabe quais são suas próprias coordenadas e nem os recursos de que precisa para manter sua vitalidade.
Uma pessoa que não sabe de suas crenças é um perigo para si, pode fazer qualquer coisa, anda sem rumo. Agora, imagine duas pessoas que não sabem de suas crenças pessoais procurando se relacionar… Interessante que estes relacionamento são mais comuns do que se imagina. Parecem ser alimentada por alguma sensação ou emoção agradável que traga prazer, conforto, conveniência, etc., mas acabam sendo marcados por crises que aparentam motivos tolos. A intensidade ou a frequência destes conflitos podem levar ao desgaste ou até mesmo ao fim do relacionamento. E talvez nesta hora venham perguntas que ficaram encobertas pelos conflitos superficiais: “o que estamos fazendo juntos?”, “o que aconteceu para se chegar a este ponto?”. Que tal se questionar durante a relação: “o que está acontecendo, de fato”? “De fato”, significa ir além da discussão superficial por toalhas em cima da cama ou pasta de dente apertada ao meio. Qual é a base do icebergue?
Pode ser doloroso encarar a si e a relação. Pode doer considerar a base do iceberg, que certamente é maior e mais pesada que a ponta visível. Mas prevenção traz poder!
O imediatismo em resolver os detalhes do cotidiano nubla a visão da causa raiz dos problemas. Além da evitação do conhecimento de si e da relação como forma de defesa contra os desconfortos gerados pela verdade é estimulados a nos relacionar comprando e tendo muito mais do que nos entendendo. Mas é possível e vale a pena se conhecer e discutir a relação para saber/sentir se o seu caminho tem pontos em comum com o outro. Certamente, apenas um diálogo não resolverá tudo, afinal, relacionamentos são dinâmicos e mudamos com o tempo. Mas diálogos abertos e compreensão podem evitar conflitos cegos, dores e perdas de um relacionamento que, de verdade, nunca existiu, mas tenha sido um encontro caótico de fragmentos de ideias ou sensações.
Como não tenho condições de esgotar o assunto vou escrevendo em doses homeopáticas. Hoje, deixo uma questão que pode ajudar a reconhecer suas crenças, escolher cultivá-las ou alterá-las e perceber se você está com alguém com quem pode se relacionar, de verdade:
– Imagine-se com idade bem avançada, já com os cabelos brancos, pensando em tudo que fez. Do jeito que você está vivendo hoje, vai poder se orgulhar de si mesmo ao final de sua vida?
Escrito por: Giovana Tessaro
0 comments